11.12.14

numero dois

acho que foi ontem, no lençol, entre um e outro sonho, pés quentes de sol-se-pondo que me aconteceu. os tempos que fazem desde que eu tenho adivinhar minhas ideias por aqui. e agora esse video do cara de sandman... ele falando sobre expressar-se, sobre jornada, "when i look back, and see my ride". chamar de ride é muito cinematográfico. o que importa: agora sim, ver o que ele escreve pro namorado me fez querer ouvir robyn, que eu sei que a letra da múscia é um lamento. liga pra tua namorada, diga que não é culpa dela... tudo isso é um lamento. ele não tá com ela, muito menos encontrou algo que nem sabia que sentia falta. e é exatamente isso que acontece cá desses lados. ele se mudou pelo rapaz. ele foi pra lá, longe e posta foto sorrindo, fazendo diminutivos e gerundios pra falar de um amor suavemente (ao que tudo indica falar sobre o amor dele tá saindo do armário agora). e hoje postou essa coisa linda, esse entendimento, esse carinho. e tudo sem ser demais, e tudo bem abraçado com beijinho no pescoço, perfume e colação de peitos. 
essa inclinação toda não é isenta de sombras. ronda sempre por aqui aquela ideia, de que esses sentimentos sejam na verdade alheios, criados por pessoas de dentro dessa sala, pra fazer você comprar chocolate. ou ver filme ou seja lá o que quiserem. eu tenho medo de ser mais público alvo da taylor swift do que gostaria. mas o amor tem suas razões sociais e outras não-razões. então deve ser legítimo. talvez não o anseio, mas o sentimento no final das contas. 
engraçado é eu depositar tanto em ti ou no que poderia ter acontecido. por que é tão distante, tão surreal. é como se eu tivesse te acompanhando pelos tablóides e desejando receber um sms de bom dia, diratamente de LA. nesses tempos de albuns virtuais pode até ser comparável. quando naquele dia do estacionamento da arquitetura, no meio das férias "mas tu não tá de férias?", eu to. tava também. e não consegui trocar as palavras que eu precisava trocar, eu só consegui não-parar, te desejar muitão e sair correndo. quando alcancei o carro, achei uma brecha entre ele e o vizinho e fiquei de cócoras. querendo muito que tu (não) notasse o quanto tu me afeta. sem saber explicar e só querendo ir embora eu entrei no carro. e quis muito me encontrar de novo, e ensaiei as primeiras palavras, ri e achei ridículo e percorri o caminho do segundo parágrafo. e então eu te vi uma vez por ali de novo. e fingi ser cotidiano esse encontro, banal e matinal. no meio de uma conversa andada, eu venho falando ainda com a outra pessoa, chego perto, te dou um beijo na bochecha, te elogio, aperto tuas costas e casualmente respondo algo pra pessoa anterior, como se fosse um encontro bom. vontando pra realidade, por que eu não me permito mergulhar, na superfície a gente se entende. tu vai viver, se mudar, ser feliz e essas coisas que tu posta. e eu fico me doendo, e vivendo uma pequena intensidade dessas numa quinta à noite.
o call your girlfriend surgiu numa dessas crises. seria um projeto de eu desenhar as tuas fotos com ele, qualquer foto e podia repetir. eu fiz só um. usei até lápis de cor vermelho pra desenhar vocês. esqueci agora onde era a foto, mas era um ano novo. vocês bronzeados e com a boca aberta, gritando, mostrando os dentes. vocês tão lindos. aí eu desenhei e fiz algumas hachuras também. no rosto dele, mostrando o que tava mais vermelho e no teu cabelo. combinou, vocês dois tavam felizes até ali. 
talvez eu tenha que aceitar ainda muitas camadas, muitas nuances e disposições minhas. eu reconheço não me reconhecer. me perdoar um pouco mais e acreditar um pouco mais. ser mais permissivo. make more mistakes tem escrito na minha parede. e o cara do sandman falou pra cometer erros lindos. deve ser isso. achar o erro lindo talvez. achar o erro lindo é o primeiro passo.
foi super importante esse processo de escrever sobre aonde eu quero chegar no próximo ano, por que ir pros estados unidos e tentar projetar alguns anos à frente. eu tenho problema com me planejar. o carnaval e o ano novo ainda nem saíram e já beira a metade de dezembro! no fim, foi bom m esurpreender com minha capacidade de traduzir o que eu acredito. o que eu persigo. é mais ou menos como eu abri o texto, descobrir as ideias, o valor disso e o quanto isso me ajuda. metáfora instantânea com o momento no reveillon de 2011/12 eu percebi o quanto uma cerveja fazia a tarde mais tranquila e a praia mais acolhedora. entrou pras considerações finais, um tópico com check do lado. isso faz bem.

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